Uma matéria extremamente interessante que vi na Metal Hammer e traduzi em primeira mão para o blog. Ela fala como o New Metal cresceu, chegou ao topo, perdeu força e voltou a ser lembrado nos últimos anos, além de fazer um paralelo muito maneiro sobre as vestimentas de quem fazia parte desse "movimento". Queria agradecer também ao meu bróder Max que deu um baita help na tradução (inglês britânico é um caralho pra traduzir). Por ser muito grande, a dividi em duas partes. Para ler o primeiro post é só clicar aqui.
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Nenhum outro lugar essa mentalidade de gangue era mais forte do que no Ozzfest. Fundado em 1996 como um festival de dia único/mini tour em três cidades diferentes, se tornou no ano seguinte um enorme sucesso e uma luz para esses malucos e esquisitões no palco e fora dele.
"Ozzfest foi incrível", diz Dez Fafara. "Foi a primeira vez nos EUA que vimos algo do tipo. 'Você quer dizer que podemos ir e ver trinta bandas?' Essas crianças se envolviam pesadamente com a música, quem ia pra escola vestido como as bandas que curtiam e arrumavam confusão por isso, eram elas que iam nos ver. Eles queriam sentir algo que fosse deles. Sentir que pertenciam a algo mais poderoso do que eles mesmos". A forma do sucesso do Ozzfest desencadeou uma série de turnês multi-bandas, a mais notável foi a sofisticada Family Values do Korn, que começou em 1998. O Limp Bizkit tocou em ambos eventos e teve um papel importante no crescimento que marcou a fase imperial do New Metal.
"Eu sou um cara que não consegue chegar em mulheres bonitas e pedi-las em namoro", falou Durst. "Eu fui disso para quartos cheio de pessoas que fariam qualquer coisa pra mim. Com certeza tentei aproveitar o máximo que podia. Houve momentos de loucura que eu não podia acreditar que estavam acontecendo. Lembro de uma vez que cerca de quinze garotas abaixaram e tinha uma delas com uma tigela cheia de morangos, colocando eles na bunda das outras meninas. A gente só ficou assistindo, pensando: 'Que porra é essa? Isso só acontece depois dos vídeos do Mötley Crue!'"
Foi uma banda de New quem finalmente enfiou uma estaca no coração da cena que os criou. Em 2000, o Linkin Park lançou o seu primeiro álbum, Hybrid Theory. Foi um sucesso instantâneo, vendendo 5 milhões de cópias em doze meses (as vendas eventualmente ultrapassaram os 10 milhões). Linkin Park soava como uma banda de New Metal, mas se vestia como uma boy band. Eles não xingavam, não bebiam, e certamente não colocavam morango nas nádegas de ninguém.
A derrocada do sucesso foi que elevou expectativas para níveis irreais, sugando o oxigênio da sala e todo mundo saindo para tomar um ar. Uma banda como Coal Chamber, que parecia e soava como uma explosão em uma fábrica de pregos não tinha nenhuma chance nesse clima novo e hiper-comercial.
De nada ajudou os excessos pessoais e químicos do passado anos atrás, que agora começavam a anunciar uma tragédia. Membros do Korn e Deftones tendo problemas com drogas, igual a três membros do Coal Chamber, que se separaram após o terceiro álbum, Dark Days. "Drogas e dinheiro estavam nos separando", disse Dez Fafara. O Limp Bizkit tinha seus próprios problemas. O terceiro disco, Chocolate Starfish And The Hotdog Flavored Water, foi um grande sucesso em 2000. Mas pra todos que gostavam deles, haviam 10 que os odiavam - especialmente Fred Durst. Um deles era o seu guitarrista, Wes Borland, que saiu em 2001, parte porque estava constrangido com que a banda havia se tornado.
"Havia um monstro vivendo por aí e ele tinha um boné vermelho", admite Fred. "Eu pensava: 'Esse cara? Quem ele pensa que é?' Parecia o Tyler Durden do Clube da Luta". Foi o desastroso álbum de 2003 do Limp Bizkit, Results May Vary, que bateu de vez no botão do que restava da cena. Foi um fracasso e eles eram os culpados disso. "Fomos para o underground", simplificou Fred, ainda que você possa debater que essa decisão estava fora do alcance deles.
Ao longo dos anos, New Metal se tornou uma palavra suja. Alguns grupos caíram no esquecimento (Korn, Limp Bizkit), outras espertamente se desgarram (System Of A Down), algumas se reinventaram puxando mais para o rock n' roll (Papa Roach). Outros, como o Slipknot, até permaneceram em uma trajetória crescente, embora permaneçam firme em uma minoria.
Mas uma coisa estranha aconteceu. A passagem do tempo e o vácuo de uma cena decente para preencher os desajustados criou uma nostalgia pelo New Metal. O line-up de 2013 do Download Festival tinha Korn, Slipknot, Limp Bizkit e o reformado Coal Chamber. Mais recentemente, novas bandas como Cane Hill usaram as influências do gênero descaradamente na capa do seu disco.
"Eu olho pra trás e eu vejo o quão foi significante pra caralho isso", disse Dez Fafara. "Algumas das maiores bandas desse planeta vieram direto daquela cena - Slipknot, Korn, System Of A Down. Todos vieram de lá. E o motivo é que era tão diferente. A música, o visual, as pessoas. Havia alguma coisa naquela cena que era realmente de coração. E temos orgulho de fazer parte disso".