Como foi: Korn em São Paulo
Há quase sete anos da apresentação de 21 de abril no Credicard Hall em São Paulo, o Korn voltou a se apresentar em terras paulistanas pela quarta vez em sua carreira. Dessa vez, com a ausência do baixista Fieldy e substituído com muita propriedade pelo filho de Robert Trujillo, Tye. Uma baixa que deixou muita gente receosa e chuto dizer que alguns até devem ter desistido de ir ao show... o que seria uma pena, pois o que se viu no Espaço das Américas foi inesquecível.
Cheguei ao local pouco tempo antes da abertura dos portões, pude observar que as filas estavam pequenas e me questionei se daria um bom público ou não. Mas conforme foi se aproximando do horário do show, a casa foi enchendo e por ser no meio da semana, muitas pessoas saíram direto do trabalho para o evento, algumas estavam até de roupa social. Vale destacar a ótima organização do evento, apesar de os ingressos estarem bem salgados - R$ 480 pista premium e R$280 a comum -, o Espaço é um lugar ótimo, tem excelente localização e acústica, com os serviços funcionando muito bem sem nenhum tipo de transtorno. Antes da atração principal, Robertinho de Recife fez uma apresentação muito boa, com destaque para o cover de "The Trooper" do Iron Maiden, que agitou um pouco a galera. Eu só faria uma crítica em relação a isso, pra que os produtores de eventos tivessem um pouquinho mais de conhecimento do público alvo para não colocarem bandas de abertura tão deslocadas e que correm até o risco de levar umas vaias, já vi muito disso acontecer.
Passada toda a espera e ansiedade, finalmente estávamos diante da grande atração! Desde já, vou atestar aqui: esse foi o meu terceiro show do Korn e disparado o melhor deles! A banda iniciou o set com duas músicas bem pesadas: "Right Now" e "Here to Stay" fizeram São Paulo respirar o New Metal como se estivesse no começo dos anos 2000. Algumas das novidades deste show seria ver o pedestal do Jonathan Davis e como o público reagiria as músicas do último álbum lançado. A primeira a ser tocada foi "Rotting in Vain" e foi incrível como a galera agitou nessa hora. O mesmo vale dizer para a execução de "Insane", havia uma conexão muito bonita entre banda e público na noite paulistana. Logo depois da pancada de "Somebody Someone", senti uma quebra de ritmo com "Word Up!" e "Coming Undone". Pudera, foi o tempo que usei para tomar um pouco de ar e voltar a cantar e pular em uma sequência que teve "Y'All Want a Single", a emocionante "Make Me Bad" e a paulada de "Shoots And Ladders" plus trechinho de "One".
Mas e o Tye Trujillo? O garoto foi perfeito, não há o que reclamar. Substituiu a altura o Fieldy, teve espaço para um solo de baixo junto com as porradas na batera do Ray Luzier e caiu nas graças da galera. Meu único receio em relação ao mini Trujillo, era que ele colocasse algumas firulas que não fazem parte da música original para marcar presença, o que definitivamente não ocorreu. Logo depois do solo, a casa veio abaixo com a brutalidade de "Blind", emendado com "Twist" e "Good God" do Life Is Peachy. A banda encerrou a apresentação com "Falling Away from Me" e "Freak on a Leash", deixando eu e mais um monte de gente em puro estado de êxtase.
Comparando com os outros shows que já fui, esse foi bem especial. Havia uma energia muito intensa, a interação da banda e a maneira como o público respondeu foi diferente das outras vezes. Foi um show que quem viu, viu e quem não viu, não vê mais. 19 de abril foi dia calçar seu adidas e dar umas ciscadas, era dia de New Metal, bebê.