O conhecimento prático, tão essencial para a vida humana, é um tipo de saber que não busca entender o real porquê das coisas, mas o necessário para realizar ações que chegam no resultado desejado sem saber toda a parte intelectual e teórica por trás. Dentro da ética de Aristóteles, a phronesis é o que irá guiar um indivíduo para sua excelência naquilo que se considera bom.
O próprio conceito do novo álbum do Monuments é quase um resumo do que se pode esperar da banda. É a excelência da virtude e talento no mais alto nível. Pegue tudo aquilo que se considere bom dentro do gênero Djent, busque elementos nas próprias raízes da coisa e coloque isso de uma forma que se sobressaia e se estabeleça como o melhor naquilo que se propõe. Phronesis é, antes de mais nada, mais uma obra que consolida ainda mais os britânicos como um dos principais expoentes do Djent e com certeza é um álbum que deve agradar e muito os fãs do estilo.
Diferente do que eu imaginava após ouvir os singles "Leviathan" e "Mirror Image", uma das minhas gratas surpresas foi o quanto a agressividade está mais presente do que eu esperava. Em "Hollow King", já na segunda faixa, um riff extremamente pesado e com timbre bem grave aliado a uma bateria absurdamente violenta. Coisa para fazer seus ouvidos implorarem por alguma coisa mais calma.
Outra característica marcante da banda, são os belos refrões e trechos que geram tensão de ranger os dentes antes do clímax da música. "Celeste" demonstra perfeitamente isso, é a maestria de como conduzir a dinâmica de uma canção, como saber mesclar a brutalidade e melodia na medida e também nos momentos certos, parecendo que cada detalhe desse aspecto fosse minuciosamente calculado para estar ali.
Entretanto, se eu tivesse que resumir o disco inteiro em uma única faixa, escolheria "Jukai" para ilustrar a excelência da excelência. Aqui, temos riffs pesados, uma bela melodia, dinâmica magistral e também, um groove extremamente gostoso e agradável de se ouvir. Não só na guitarra de John Browne, presente desde o primeiro instante da música, mas com uma levada de batera que em alguns momentos fica encarregada de conduzir o ouvinte da segunda metade em diante, culminando em um final que chega a lembrar um filme de suspense.
A Phronesis do Monuments é uma obra completa. Onde se pode mostrar na prática o balanço ideal de peso e agressividade com ótimas melodias e muito groove. Ele capta o elemento principal do seu conceito e nos brinda com músicas incríveis. Portanto, quando alguém perguntar o que é Djent, seja prático e apenas mostre esse álbum sem precisar explicar toda a parte teórica por trás do gênero.