Salve, pessoas! Acabei por estender um pouco as postagens sobre o Korn e resolvi comentar sobre a discografia deles pra quem tiver a fim de conhece-los melhor! Vou fazer um apanhado geral sobre as principais diferenças de um CD para o outro e assim que possível, publico a segunda parte dos comentários aproveitando pra explicar porque a banda está uma bosta já faz algum tempo. Ahh, antes que esqueça, vou começar falando a partir do segundo álbum. Se você quiser saber a importância do primeiro trampo é só conferir este post aqui.
Antes de mais nada, será preciso estabelecer algumas coisas. É importante ressaltar que toda banda tem uma base de quem ela realmente é. Características que fazem com que você identifique o tipo de som, em outras palavras, podemos dizer que é a sua essência. O Korn não só ficou imortalizado pelo seu experimentalismo em misturar diversos tipos de músicas, mas também pela forma com a qual fazia isso. E as marcas registradas, ou melhor, a sua essência, eram: o dueto de guitarras com afinações bem baixas, o baixo com um timbre MUITO peculiar cheio de slaps, uma bateria com bastante influência de funk/hip-hop americano e a performance vocal de Jonathan Davis. Dentro desta base, você vai trabalhando outros elementos. Vê o que fica bom, tira o que ficou ruim, muda algumas coisinhas, testa uma coisa aqui e outra ali e plau! Eis aqui um novo disco sem que soe mais do mesmo! Tudo isso é importante pra entender esse texto e o que vou falar mais pra frente, então lembre-se sempre destas informações.
Life Is Peachy - 1996
O segundo álbum começou a ser gravado logo após uma turnê estressante e também foi produzido pelo Ross Robinson. A primeira diferença que se nota logo de cara do 'Life Is Peachy' pro seu antecessor é que há uma agressividade muito maior. O 'Self Titled' tem um tom mais pesado e denso (até pelo conteúdo lírico) enquanto que aqui um sentimento de raiva predomina mais e isso também é transmitido pelo Jonathan Davis. O lado mais Industrial (se você não sabe o que exatamente é, ouve isso aqui) está bem destacado entre diversas distorções e efeitos de guitarras, sem contar algumas partes sem noção como em Twist, Wicked (Ice Cube Cover) junto com o Chino do Deftones e nas letras escrachadas de K@#Ø%! e do clássico A.D.I.D.A.S.. Particularmente, acho que esse CD tem o timbre de baixo mais foda da discografia dos caras.
Follow The Leader/Issues - 1998/1999
Optei por falar desses dois álbuns numa tacada só não apenas pelo pouco tempo de diferença, mas também por suas similaridades e importância. O 'Follow The Leader' chegou as lojas em agosto de 98 e é o maior sucesso comercialmente falando até hoje. Esse sucesso alavancou duas coisas ao mainstream: a própria banda (óbvio) e o gênero New Metal. A importância se deve muito pela veia Hip-Hop presente na sonoridade do disco. A faixa inicial, It's On!, já mostra isso, indo do groove aos riffs das guitarras. Lembra um pouco as batidas feitas em pickups, saca? Aqui também conta com participações dos rappers Ice Cube (em Children of the Korn) e Tre Hardson (em Cameltosis). O malandro do Fred Durst também faz uma ponta em All in the Family no maior estilo rap battle com Jonathan Davis. Agora em um novo patamar, os caras passaram a ter clipes com qualidade de cinema e até a organizarem o próprio festival com bandas do estilo, abrindo ainda mais as portas para uma enxurrada de grupos novos. No ano seguinte, veio o 'Issues'. Acredito que pela proximidade das produções, muitas vezes acho que o CD foi feito a partir de sobras do 'Follow'. Mas, com uma enfase muito maior nas partes melódicas. É aqui que você encontra as melodias mais bonitas da banda, sendo Trash e Counting ótimos exemplos disso. A parte eletrônica aqui tem um destaque maior do que no antecessor e isso contribui na tonalidade do álbum, que possui letras mais deprês. Você pode notar isso muito bem no single Make Me Bad.
Untouchables - 2002
Aqui chegamos ao apogeu da banda, criativamente falando. 'Untouchables' pode até ser considerado um álbum a frente do tempo que foi lançado, talvez por isso alguma parcela de fãs tenha entortado o nariz pra ele. Porém, com o passar do tempo recebeu o seu devido valor. A primeira grande diferença para o que foi feito até então é um peso absurdo nas guitarras (que me impressionam até hoje). É o trabalho mais guitar driven dos caras e também onde aparecem efeitos de sintetizadores que se encaixam muito bem nas melodias, dando um brilho e uma ambiência diferenciada nas músicas junto com uma presença maior de backing vocals. Se você pira em riffs de guitarras este é O DISCO. Tem desde tapas na cara como Here to Stay e Blame até cadência e densidade como em Beat It Upright e No One's There. Ahh, sim... este é o meu álbum preferido!
Take A Look In The Mirror - 2003
Se um ano antes eles chegaram ao ápice, em 'Take A Look' as coisas começaram a desandar um pouco. Último trabalho feito com a formação original (tempos depois o guitarrista Head sairia da banda). A ideia principal era "voltar as raízes" dos primeiros trabalhos. Tanto que regravaram até a demo de Alive, um dos seus primeiros registros. Mesmo tendo algumas boas músicas tipo Counting On Me e I'm Done, falta um diferencial. Não tem um contorno emocional empolgante, a música eletrônica foi deixada mais de lado e o Hip-Hop não aparece muito. É uma ou outra parte mais melódica que traz alguma coisa interessante e só. E por que eu inclui esse álbum nessa primeira parte da lista? Porque mesmo com seus deslizes, ainda se tem toda a essência do Korn e, pra quem é fã, vez ou outra ainda vai conseguir apreciar até mesmo as musiquinhas meio barro-meio tijolo.Bem, por hoje é isso. Até 2003 eu escuto os caras de cabo a rabo, mas daí pra frente o bagulho desanda totalmente e no próximo post eu vou explicar como é se decepcionar com a sua banda preferida, até mais!