Há pouco mais de dois anos lembro de estar no facebook e, uma das páginas sobre bandas djent que acompanho, compartilhou uma música recém lançada desse grupo que vou falar agora: o Architects. O detalhe que me fez de fato ouvir os caras foi a capa do trabalho que estavam lançando, Lost Forever // Lost Together. Ali eu senti que a chance do som me agradar era grande, dito e feito! Não bastasse se limitar a apenas uma boa música, descobri que era também um puta álbum e uma banda excepcional.
O som extremamente pesado, técnico e com melodias que te fazem escutar as músicas incontáveis vezes me fez um fã de carteirinha. Conhecendo mais a discografia dos ingleses, fiquei impressionado com a evolução deles (especialmente do The Here And Now em diante) e a forma com que o som foi sendo lapidado. O sétimo álbum de estúdio, intitulado de All Our Gods Have Abandoned Us, é a continuação desse trabalhoso processo. E uma das grandes diferenças do seu antecessor é que as partes melódicas ganharam uma ênfase maior e são absurdamente incríveis, se você escutar 'Gravity' vai entender o que estou falando.
É possível notar uma grande influência do djent também. Em 'Phantom Fear', por exemplo, o riff da guitarra lembra bastante o que John Browne, guitarrista do Monuments, faz. Os vocais de Sam Carter seguem em grande nível, tanto os rasgados quanto os melódicos. Há uma parte em 'Deathwish' que é quase impossível não querer cantar junto com o cara. Assim como no lançamento anterior, o uso de sintetizadores para dar ambiência e contraste entre a agressividade e calmaria se faz bastante presente, sendo outro grande diferencial. Sobre isto, eu destaco a última faixa, 'Memento Mori'. Ela possui um começo bem lento com toques eletrônicos e vai evoluindo aos poucos mesclando partes pesadas com melódicas até chegar um momento que a música para e volta de maneira totalmente brutal, antes de terminar de forma épica com uma frase que define bem o conceito utilizado no disco.
E por falar em conceito, é mais um ponto que merece ser destacado. A arte do álbum serviu de inspiração para os clipes que foram lançados até agora, assim como em Lost Forever // Lost Together. Embora façam comparações com a capa do A Thousand Suns do Linkin Park, o conceito da criação e temática das letras são totalmente distintos, por isso um não tem nada a ver com o outro. A teoria mais aceita do ATS é de que a forma que está na imagem simboliza um cogumelo, representando a explosão de uma bomba atômica enquanto a capa de All Our Gods trata-se de um eclipse reverso, podendo ser interpretado de maneira tanto positiva quanto negativa. E, analisando as letras que falam sobre política, religião e de como encontrar esperança em um mundo tão caótico, a mensagem é transmitida de um jeito extremamente acertado, fundindo-se de forma tanto visual quanto sonora. É a arte, praticamente, em sua totalidade!